Escondes-te sem razão aparente (óbvia para mim). Foges, finges-te ausente quanto no fundo estás tão perto de mim (somente nas horas em que a rotina o permite). Fazes de conta que não olhas, que não vês, que não ouves quando, na verdade, és (e todos os sabemos) a pessoa que melhor o faz. Mas finges! Esse é o teu dom: fingir. O teu e o meu. Finjo que finges para fingir que desconheço a verdade.
Finges? Não. É somente um fingimento meu.
Zuza, expira.
Finges? Não. É somente um fingimento meu.
Caminhas, dia após dia, ao ritmo do teu compasso calmo e seguro. Quem sabe se essa serenidade exterior não te consegue contagiar o espírito, não é verdade? Caminhas, pé ante pé pelas pedras da calçada. Uns dias melhores, nas pedras brancas e puras, outros piores, nas pedras negras e sombrias. Mas já és crescidinha e já chegaste à conclusão que a calçada não é uniforme: há pedras brancas, negras e intermédias, umas ao lado das outras sem ordem aparente. E há que caminhar com calma para não tropeçar nas negras ou escorregar nas brancas.
«Não é preciso correr, não é urgente chegar, o que é preciso é viver.»
A vida, a calçada das ruelas, ora branca, ora negra...
Zuza, expira.
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