domingo, 17 de fevereiro de 2008

três, como sempre, três.

vinte e uma e dez.

meses, pouco tempo, pouco contacto, pouca vivência. pouco, para não dizer nenhum. tudo me enche, o espaço é muito, é demais... mentira. insuficiente, transborda; todos os dias esvazia um pouco. rotineiro. rasga-me em pedacinhos, dia após dia, pensando que sou um pedaço de papel. escreve-me (enche-me), apaga-me (esvazia-me), agrafa-me (tortura-me), fura-me (despede-se), arquiva-me (esquece-me). vive. faz-se luz e relembra-se. relê-me, uma súbita invasão de nostalgia. arranca-me do arquivo, apresenta-me ao Mundo e foi um erro. um tremendo erro que nos custa a alma. esconde-me e olha por mim. o sonho é o nosso lar. a alma não lhe permite muito, restringe-o a frases curtas, a monólogos desenfreados. a maiúscula que princípia o parágrafo inexistente marca o sorriso, também ela inexistente. a alma é exigente, impõe limites - as vírgulas e os pontos finais. a frase prolonga-se mas as ordens são claras. atrevo-me a não obedecer. chegou a lágrima e com ela o ponto final.

vinte e uma e trinta.

zuza, nada e coisa nenhuma.

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