sábado, 10 de novembro de 2007

O Outro (censurado por aí)

Vem,
Sem receios,
Arrasta o teu Mundo para junto de mim
Entrelaça-te,
Acaricia-me,
Formaliza o desejo de mim e de ti.

Vem,
De mente aberta,
Desvendar-te-ei a nossa palavra secreta,
Di-la,
Sussurra-a,
Com a devida emoção,
Saberás a seu tempo expressá-la na perfeição.

Vem,
Tenho sede da tua ousadia,
Partilha comigo esta nostalgia,
Mata-a,
Sacia-me,
Priva-me desta agridoce saudade,
Desta lúgubre realidade.

Vem,
Enquanto é tempo,
Mostra-me o mapa do teu subconsciente,
Perde-te,
Encontra-me,
Aprisiona-me nos teus braços,
Nesta cela de paixão omnipresente.

Ora sim, ora não,
Fazes da espera um sofrimento constante,
Matas-me,
Dá-te prazer,
Sabes que sou tua a qualquer instante.

Não venhas,
É tarde demais,
Destruíste todos os meus rastos de esperança,
Uma,
Duas,
Dezenas de oportunidades,
Desperdiçadas, abandonadas
Como se se tratassem de um brinquedo de criança.

Lamenta-te,
Sente o irónico sopro da felicidade.
Devolve-me a alma,
Devolve-me o corpo,
Devolve-me o eu,
Fica apenas com a simples saudade.

Não venhas,
Pára,
Reduz-te à tua medíocre insignificância,
És o Outro,
Apenas e só o Outro,
Acabou a paciência
Esgotou-se a tolerância.

* imagem roubada descaradamente daqui.


Zuza, com a mania que é aprendiz de poeta

3 comentários:

André disse...

Tens aí umas passagens que me são familiares.

P.S. Caga no mail.

abreu disse...

Plural? Na na ni na não. É apenas a parte da lugubre!

André disse...

São-me familiares, porque já me havias mostrado o poema, ou parte dele.

Não estava a insinuar mais nada, obviamente.