sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Delirium

Surreal, a palavra que melhor descreve o espectáculo a que assisti ontem no Pavilhão Atlântico. Pois é, o circo veio à cidade, mas não um circo qualquer.

Cirque du Soleil, com uma obra-prima mágica e surreal, Delirium.

A companhia circense reconhecida mundialmente, veio finalmente a Portugal apresentar Delirium, uma fusão extraordinária de música e acrobacias, sempre com a utilização da tecnologia, da forma mais original possível, como pano de fundo.

Aquilo que parece ser uma viagem no universo dos sonhos, torna-se uma aventura visual e auditiva deliciosamente peculiar. Explora as culturas do mundo a nível rítmico, sem perder a tradição dos circos originais, nomeadamente os saltos acrobáticos, os arcos e as cordas.

Definitivamente, a evolução do circo, que em todo o Mundo ganha cada vez mais adeptos. Só em Portugal, os vários espectáculos esgotaram em poucos dias. Em Abril há mais. O Cirque apresenta Quidam, "uma inesquecível viagem ao mundo da esperança", decerto também não vou perder. Portugal está definitivamente a entrar no roteiro cultural.

abreu, satisfeito e agradado

Cérebro de molho

Cada vez mais ausentes... O streck dos testes ataca, especialmente quando todas as avaliações são feitas no espaço de duas semanas. Pronto, vá, nas férias de Natal compensamos.

Hoje é sexta, saudades. Amanhã as minhocas vão fazer uma boa acção. Depois conto pormenores.

abreu, em ponto de ebulição

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Pontos nos i's

Parece que sim, parece que tenho andado a descuidar deste precioso blog, desta relíquia. Mas já não estamos em Agosto, e já não parecemos estar (if you know what I mean)... a vida já não é a mesma.


Sintetizando tudo num post só:

# Sabe bem sair de casa e sentir o nariz a congelar. Sabe bem saltar nas poças de água. Sabe bem comprar camisolas de gola alta e utilizá-las com um cachecol. Mas, o que sabe melhor ainda, é ter frio com tudo isso. Sabe bem...

# Existem coisas perfeitas, não existem? A poesia e tudo o que se lhe está associado é uma delas. Noite perfeita, projecto perfeito, espectáculo perfeito. Cada segundo foi perfeito. (quase, vá)

# O tempo passou a correr. As férias de Natal estão quase aí! Já se fala em troca de prendas, cabaz de Natal, árvore de Natal... é o espírito natalício. Ainda ontem era Verão.

# Promessas? Promessas para quê? Mentiras, isso sim, mentiras. Não tolero, são veneno para mim. Caio sempre na mesma armadilha! Aprisiona-me nas suas palavras deixando-me a apodrecer entre memórias e nostalgias. Deve ser o seu passatempo favorito, a ocupação das horas vagas, que, na verdade, poucas ou nenhumas são. Já nem há tempo para promessas, quanto mais para as quebrar. Esgotou-se tudo, ficou apenas vazio. Emigraram para bem longe onde as condições são mais favoráveis e, quando um dia lhe convier, voltará. Quem sabe se não será tarde demais.

# Quem nos rogou uma praga é favor de se acusar e de a desfazer já! Por favor? Anda uma maré de azar cá por casa que é uma coisa doida.

# Leitura de mesa de cabeceira: Monte dos Vendavais de Emily Brontë. Pode-se dizer que vou a meio, mais coisa menos coisa. Recomenda-se aos que gostam de romances.

# Frase a ter em mente: Quanto mais alto se está maior é a queda.


Aproxima-se uma semana de loucos, há que respirar fundo e não perder o controlo. Entretanto aproximam-se também boas experiências que depois passo por cá a contar.

P.S.: Não se esqueçam de contribuir para o projecto tampinhas. Todos sabem o que é, ou deveriam saber, ou, pelo menos, deveriam ter uma ideia. Se alguém precisar de esclarecimentos avise.

Zuza, a dar sinais de vida

sábado, 17 de novembro de 2007

Retalhos #4

« Que podemos nós fazer quando os que têm poder magoam os que não têm nenhum? Para começar, faz-se frente. Faz-se frente e diz-se a verdade. Faz-se frente pelos nossos amigos. Faz-se frente mesmo quando estamos sozinhos. Faz-se frente

North Country
abreu, começando a despoletar

Só cá faltava mais esta!

É de mim, ou aquela nova personagem alusiva ao espiríto natalício adoptada pelo Modelo, é completamente ridícula? Não é que eu tenha nada contra hipópotamos, ou pseudo-popstars que têm mais ar de galdéria do que outra coisa qualquer, ou mesmo a alguém com nome de travesti... Mas tudo junto numa só? É demais, é demais.

abreu, cada vez mais adepto do zapping

sábado, 10 de novembro de 2007

O Outro (censurado por aí)

Vem,
Sem receios,
Arrasta o teu Mundo para junto de mim
Entrelaça-te,
Acaricia-me,
Formaliza o desejo de mim e de ti.

Vem,
De mente aberta,
Desvendar-te-ei a nossa palavra secreta,
Di-la,
Sussurra-a,
Com a devida emoção,
Saberás a seu tempo expressá-la na perfeição.

Vem,
Tenho sede da tua ousadia,
Partilha comigo esta nostalgia,
Mata-a,
Sacia-me,
Priva-me desta agridoce saudade,
Desta lúgubre realidade.

Vem,
Enquanto é tempo,
Mostra-me o mapa do teu subconsciente,
Perde-te,
Encontra-me,
Aprisiona-me nos teus braços,
Nesta cela de paixão omnipresente.

Ora sim, ora não,
Fazes da espera um sofrimento constante,
Matas-me,
Dá-te prazer,
Sabes que sou tua a qualquer instante.

Não venhas,
É tarde demais,
Destruíste todos os meus rastos de esperança,
Uma,
Duas,
Dezenas de oportunidades,
Desperdiçadas, abandonadas
Como se se tratassem de um brinquedo de criança.

Lamenta-te,
Sente o irónico sopro da felicidade.
Devolve-me a alma,
Devolve-me o corpo,
Devolve-me o eu,
Fica apenas com a simples saudade.

Não venhas,
Pára,
Reduz-te à tua medíocre insignificância,
És o Outro,
Apenas e só o Outro,
Acabou a paciência
Esgotou-se a tolerância.

* imagem roubada descaradamente daqui.


Zuza, com a mania que é aprendiz de poeta

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Retalhos #3

« A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura.
Ora amarga, ora doce!
P'ra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura. »

Ornatos Violeta, Ouvi Dizer


abreu, em fase hipocondríaca

Eu (em fases impróprias para consumo)

Olho para ti, olhas para mim
Os teus olhos cravam-se-me na alma isolada
Fazes dela tua serva, tua escrava
Fazes dela uma sereia abandonada

O teu sangue nas minhas veias
Percorre-me com ira e agitação
Sangue gasto, pisado
Vindo do mais puro coração

Os teus ossos nas minhas mãos
Conseguem humanizar-te
Mãos sujas, fracas
Que outrora tentaram matar-te

Olho para ti, olhas para mim
Deitas uma lágrima que me molha a face
Quero sentir-te, magoar-te
Quero que uma linha de sangue em ti se trace

Opostos contraditórios
Eu sou eu, tu és tu
Espelho meu, espelho meu
Porque somos apenas um?

[Coisinhas básicas de amador, parvoíces e afins...]

abreu, a dar um ar da sua graça

domingo, 4 de novembro de 2007

Inocência Perdida

Agarro-me aos grossos e pesados pensamentos que me invadem a cabeça num rodopio constante. Lembranças, memórias, confortos quase de outra vida, facilidades e privilégios outrora meus. Fantasias dinâmicas e coloridas ilustravam o quotidiano do meu ser, ainda com idade de se contar pelos dedos das mãos. Tudo era tão mais belo, simples, alegremente falso e despreocupante. Saudade. Saudade do tempo das batas, da lancheira, de pintar com os dedos, de ser rebelde e ir para a cama às dez da noite, do sorriso forçado no colo do Pai Natal, de estar constipado e ficar em casa, de cantar a tabuada, de pôr o dente debaixo da almofada, de poder entrar nos insufláveis, de dizer a verdade sem ter medo das consequências, de ir para o mar nu, de ser estupidamente feliz.

A infância é um sonho. Vivemo-lo intensamente sempre com o desejo de crescer, mas quando acordamos só queremos voltar a dormir. O passado ainda pulsa intensamente enquanto que o futuro nada é senão mistério.


abreu, que não sabe para que lado se há-de virar

Pontos Finais.

Divertida, leve, simples, com uma discreta ousadia e relevo inesquecível. Trata-se da inteligente comédia Stranger Than Fiction. Uma história tão natural como a própria vida, sem grandes dramas e enredos, apenas o retrato rotineiro do ser humano em todo o seu esplendor.

«Numa manhã igual a tantas outras, Harold Crick, um solitário e discreto fiscal de impostos, começa a ouvir uma voz feminina narrar todas as suas acções com uma precisão assustadora. A outrora pacata e controlada vida de Harold vai deixando de ser pacata e muito menos controlada à medida que a voz - que só Harold consegue ouvir - vai narrando todos os acontecimentos do seu dia-a-dia. Até que, subitamente, a "voz" anuncia a morte iminente de Harold. Estupefacto e assustado, Harold apercebe-se que a única solução é tentar encontrar a pessoa que está a escrever a sua história e convencé-la a rescrever o final. Um divertido e apaixonante filme sobre a vida, sobre o amor, sobre a morte... e sobre os impostos.»

É de salientar a caricata - no entanto perfeitamente humana - personagem principal interpretada por Will Ferrel que não traz para este filme a bagagem das suas comédias mais físicas e algo ridículas. O restante elenco - Maggie Gyllenhaal, Emma Thompson, Dustin Hoffman e Queen Latifah - vêm apenas acrescentar o sério humor que caracteriza o argumento.

Em 10, seguramente um 10. Porque existem mais pontos sem ser o final.

abreu, uma história ainda a começar...

sábado, 3 de novembro de 2007

Mais um dedo na ferida.

Ponte, 2 de Novembro. Cinema. Corrupção, o filme inspirado no livro Eu, Carolina.

Superou, de todo, as minhas expectativas. Não vale a pena contar a história porque é do conhecimento de todos ou, pelo menos, deveria ser. Não pensei que estivesse tão fiel, tão explicito e detalhado. É um filme que vai gerar polémica. A actriz Margarida Vila-Nova desempenhou o papel de Sofia (Carolina Salgado), e como boa actriz que é, deixou-me sem palavras quanto à sua actuação. Foi realmente do outro Mundo.

A sensação de ver o filme, ver passagens do mesmo e recordar os telejornais a relatar a agressão deste, a fuga daquele, é arrepiante. Até mesmo a capa do livro, que no fim é editado, é idêntica. A fotografia de Margarida Vila-Nova captou perfeitamente os traços da original. Apenas mudou o título, obviamente. Vejam, vejam que vale a pena.

Gostei particularmente de uma parte no final em que ela pergunta algo do género: «E agora? Agora o que é que eu faço com a minha vida?» (Após a relação se começar a desmoronar.) Ao que ele responde: «Olha, escreve um livro!» E daí surgiu o livro Eu, Sofia.

* na imagem: Nicolau Breyner a representar Pinto da Costa e Margarida Vila-Nova a representar Carolina Salgado.


Eu, Zuza

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Europe Music Awards 2007

Desta vez em Munique, na Alemanha. Concordo com uns, discordo com outros. Apesar de muitas das bandas/artistas nomeadas não fazerem o meu género de música, é sempre bom saber quem são os melhores (dos piores, claro está).

Rock Out - 30 seconds to Mars. Concordo, atendendo aos outros nomeados. Foi bem merecido, ao contrário do que Jared disse.

Ultimate Urban - Rihanna. Não me vou pronunciar acerca desta categoria nem acerca da vencedora. Venha o diabo e escolha.

Band - Linkin Park. Não gosto, ponto final. Penso que fazia melhor proveito se tivessem sido os Good Charlotte a ganhar, no entanto, idem idem da categoria anterior.

Most Addictive Track - Avril Lavigne, "Girlfriend". Discordo. A que me fica mais no ouvido e que me deixa a cantá-la o resto do dia, depois de ouvi-la no iPod do sr. Abreu, mesmo sem ser nada por aí além, é a Grace Kelly do Mika.

Headliner - Muse. Aqui fico dividida. Tanto Arctic Monkeys como Muse têm uma excelente performance em palco, no entanto, a minha opinião descai para o lado dos Arctic Monkeys, talvez por serem aqueles que melhor conheço.

Album - Nelly Furtado, "Loose". Não sei, não conheço, não oiço. Mas ganhou, e é portuguesa, o que me leva a concordar. Sim, eu sei que não estou a avaliar musicalmente, mas desconhecendo ou desgostando, segue-se a Pátria.

Solo - Avril Lavigne. Admito, já gostei, já fui grande fã, pretérito perfeito. Discordo, e se tivesse votado, seria na Christina Aguilera. Por exclusão de partes, obviamente.

Inter Act - Tokio Hotel. Já estou a imaginar as pitas pseudo-emos a votarem desesperadamente na sua banda do coração. Descobri há pouco tempo que a vocalista afinal é o vocalista. Devo viver muito a leste deste Mundo, só pode. Para mim, os verdadeiros vencedores seriam os Depeche Mode.

New Sound of Europe - Bedwetters. Como a categoria indica, são novidade. E como novidades musicais não são comigo, visto que não oiço CidadeFM, mas sim M80 e não vejo MTV mas sim VH1, não concordo nem discordo, é-me indiferente.

Artista Português - Da Weasel. Concordo, concordo e concordo! Gosto, oiço quando me dá para isso e, em concerto, são fenomenais. Prémio merecido, e bem merecido, sem dúvida.

Video Star - Justice, "Dance". Videoclips não são de todo comigo, desconheço a maioria deles. Portanto esta categoria passa-me ao lado.

Falta apenas a categoria Knocked Out, mas não faço a mais pálida ideia de quem é que arrecadou o prémio.

Segundo dia de fim-de-semana prolongado. Sabe tão, tão bem!


Zuza, a própria

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pseudo-ressaca

Junta-se uns trapinhos, rasga-se outros e seja o que Deus quiser. Dancei como nunca tinha dançado e abanei-me como nunca me tinha abanado. Dos bailaricos da pimbalhice aos kuduros, só as virilhas é que sofrem. Gritos, sustos, risos e gargalhadas, personagens irreais substituem os nossos conhecidos. Come-se, bebe-se (suminho), e vai-se dançar novamente. O tradicional filme de terror sempre presente, juntamente com as pipocas voadoras, é o momento mais calmo da noite. Lá para o fim, ainda se dá o desfile e, depois disso, a música continua até tudo ficar deserto. Para mim, o melhor dia do ano.

.abreu.