segunda-feira, 17 de setembro de 2007

CIÚME

Sentimento doentio que nos consome-nos até ao último grito. Bracejamos, gritamos palavras mudas, derrubamos tudo e todos. Chegamos até a pensar que é traição quando nem sequer nos pertence. Acreditamos tão profundamente ao ponto de se tornar real nos sonhos. Acordamos, confusos, a realidade mistura-se com a fantasia. O ciúme permanece, cada vez mais e mais forte. E nós lutamos contra ele, impomos um muro que separa o consciente do subconsciente. Mas não é suficiente, ele não morre. Fica sempre o bichinho, pronto a irromper pelos sonhos ao mínimo empurrão. Surge a inveja. A repugnância pelo ciúme. Não é saudável, mata-nos aos poucos, enfraquece-nos e torna-nos rancorosos. Tudo isto para quê? Afinal, nem nos pertence. Ora aí está o ponto fraco: não nos pertence. Talvez pudesse pertencer, talvez não. Julgamos ter tentado tudo, mas nunca assim o é. Chega a hora de desistir, guardar lugar no degrau em que estamos para que ninguém o possa roubar. Dar mais um passo é sinónimo de deitar tudo a perder. Ficamos-nos. Ficamo-nos no nosso degrau, e chegamos à conclusão que mais vale não saber demais, não querer saber tanto. O desconhecido é o nosso melhor amigo. Ao menos não desperta o ciume. Mas no fundo, no fundo, existe algo que se sobrepõe a tudo isto. Algo que nos faz acalmar o ciume. Afinal, tudo o que desejamos é ver um sorriso, um sinal de felicidade, uma gargalhada, aqui ou ali, com este ou com aquele, whatever. Uma sentença de morte ao ciume. Um olá à nossa própria felicidade.

[Fotografia: tirada por mim, praia de S. Pedro.]


Zuzuuu ^^

4 comentários:

Cátia disse...

Zuzuuu, de certeza que queres ir para os números? :P

Joana Martins disse...

absolutamente brutal !!

Mary disse...

Faço minhas as palavras da Cátia!
:-)

abreu disse...

Cátia: Certezinha. Mas isso nao significa deixar a escrita de lado. =)